Parte 3 - Quer sair do automático? Velocidade do Obturador
- Nan Russo
- 30 de ago. de 2018
- 3 min de leitura

Foto tremida? Assunto borrado? Gotas perfeitas? A velocidade do obturador cuida disso!
Muito bem!! Chegamos finalmente à última parte desse artigo que vai te ajudar a sair do automático da sua câmera DSLR, e agora vamos falar da terceira ponta do triângulo de funções tão importantes para fazer uma fotografia: A velocidade do obturador.
A velocidade do obturador está relacionada ao tempo que o sensor fica exposto à luz quando você clica para fazer a foto.
Mas o que é obturador?
O obturador é um dispositivo mecânico dentro da sua câmera que funciona como uma cortina que abre e fecha, de acordo com o tempo estipulado por você no ajuste manual da velocidade. Esse tempo pode ser de frações de segundos, segundos ou minutos, de acordo com a escala padrão da sua câmera. Além desta escala padrão, algumas câmeras contam com a função Bulb, que permite que o obturador fique aberto por todo o tempo que o disparador estiver pressionado.
A escala de velocidades vai da mais lenta à mais rápida, e as velocidades mais comuns são:

Assim, se você configurar a velocidade do obturador para 30'' (30 segundos), a cortina vai ficar aberta (e o sensor recebendo luz), por muito mais tempo do que se você ajustar a velocidade em 500 (ou 1 segundo divido por 500).
E quais são as implicações de deixar o obturador aberto por mais ou menos tempo?
Os efeitos das diferentes velocidades
Decidir qual velocidade usar, depende de alguns fatores. O principal deles é o efeito que você quer obter quando está fotografando assuntos em movimento. Se você tem a intenção de congelar a ação que está sendo executada pelo assunto da sua fotografia, você vai precisar de velocidades mais rápidas, por exemplo se você estiver fotografando um jogo de basquete e quiser congelar a imagem do jogador bem no momento em que ele sobe para jogar a bola na rede.
Já se você quiser causar um "borrão" (também conhecido como blur), ou por exemplo fazer feixes de luz com os faróis de carros em movimento, vai precisar usar velocidades mais lentas, o que vai permitir que o sensor receba a luz desses faróis por mais tempo e "grave" na imagem o caminho que eles percorrem formando esse feixe.
Ás vezes porém, é preciso ter uma imagem congelada em ambientes com pouca luz, o que irá te forçar a usar velocidades mais baixas para compensar a exposição. Nesse caso, o mais recomendado é usar um tripé e o modo de disparo temporizado da sua câmera para que a fotografia não saia tremida.
Pouca luz via de regra exige velocidades menores, para que o sensor seja impactado por aquela pouca luz por mais tempo.
E na fotografia de gastronomia, onde entra a velocidade?
Bom, trazendo o assunto para a nossa realidade e falando de prática, podemos utilizar velocidades mais baixas se for necessário, sem prejuízo do congelamento da foto pois é muito comum o recurso do uso do tripé e de disparos remotos ou temporizados neste tipo de fotografia.
Existem porém situações que pedem movimento também na fotografia de gastronomia.
Vou destacar dois deles:
O primeiro pode ocorrer quando você está fotografando em um restaurante ou outro estabelecimento do tipo e existem clientes naquele momento no restaurante. O uso de imagem de pessoas é algo muito sério e só pode ocorrer mediante autorização. Porém, em uma situação desse tipo não é possível pedir aos clientes todos que se retirem do local para você fotografar o prato em questão só porque elas aparecem ao fundo da imagem. Nesse caso, é possível usarmos o recurso da baixa velocidade para "borrar" os rostos das pessoas. Uma vez que o assunto (comida) que está sendo fotografado é estático, você pode configurar sua câmera com uma velocidade bem baixa, fazer os ajustes necessários em abertura e ISO para compensar a exposição e utilizar um tripé.
O prato sendo fotografado vai permanecer congelado, e as pessoas sairão levemente tremidas minimizando assim o problema de uso indevido de imagem.
Uma outra situação em que podemos usar o mesmo recurso, seria para criar um efeito interessante do chef de cozinha ou similar fazendo um movimento de corte ou derrame de molho sobre o prato, que ficaria registrado propositadamente de forma borrada na imagem.
Entendendo o funcionamento e as implicações das diferentes velocidades na fotografia é possível criar uma série de efeitos diferentes. Basta usar um pouco da imaginação e muito treino.
E...
Parabéns! Você sobreviveu às explicações sobre as 3 pontas do triângulo mágico da fotografia, ISO | Abertura do Diafragma | Velocidade do Obturador, e já está quase craque no uso manual da sua câmera.
Bastante treino, e mais um pouquinho de coragem e entusiamos para ler o próximo post que vai falar sobre como combinar essas 3 pontas e tudo vai ficar ainda mais claro e simples na sua fotografia.
Vem comigo!
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